TOADA BOCA DE GROTA
TOADA BOCA DE GROTA
É a Toada de raiz, de origem rural , cuja linguagem e temas abordam com vocabulário típico, os costumes e temas da vida no campo, o oficio de vaqueiro, a pega-de-boi, as qualidades de um cavalo, a história de uma fazenda, a trajetória de uma pessoa querida, a seca, um ano bom de inverno, etc. Em Sertânia, os principais representantes são:
Inácio Siqueira – O Pastor do Gado
Poeta bastante conhecido no circuito da Toada. Morou muito tempo em Paulo Afonso- BA, onde teve Programa de Rádio. O seu repertório faz um apanhado das toadas mais famosas de Inácio Siqueira, como “O Velhinho da estrada”, que é um verdadeiro clássico do gênero toada, que expressa a sensibilidade diante de um diálogo com um idoso, um lamento ante a chegada da velhice. Também é destaque a toada “Vale verde da Serra”, feita com o poeta Vanildo Silva, Vanildo Aboiador, em homenagem A Serra do Jabitacá. Outra toada de grande sucesso de Inácio Siqueira é “Sertão renovado”, onde o poeta aborda a questão da transposição do Rio São Francisco , saudando os benefícios e avanços que a obra irá trazer para a região sertaneja.
“O Pastor do Gado”, epíteto pelo o qual também ele é conhecido, faz homenagens a lugares (Sertânia, Custódia, Tucuruí, Rio da Barra) e pessoas como a conhecidíssima “Marcos de Zé Galego” e o “Último Adeus de Bartolomeu”, tributo in memorian ao Advogado, vereador, poeta , letrista de toadas e primo de Inácio Siqueira. Também rende oferendas em versos as famílias Severo e Brito, Cabrinha e Lins a Ferreira Brito do Parque de Vaquejadas São José. É um artista de muitos recursos estéticos e vocais, além da voz melodiosa , tem uma potência na garganta que chamou atenção e impressionou quem o assistiu na “Noite dos Poetas do Povo”, em 18 de janeiro de 2013 no Calçadão da Igreja Matriz.
Afirma que com o seu trabalho pretende seguir seu lema em seu projeto artístico:”Resgatar a Cultura do Sertão”. Inácio Siqueira defende ainda que os artistas, o povo e as autoridades de Sertânia unam-se para dar mais valor aos artistas da terra. “Eu vivia lá fora. Tenho um nome construído por lá. Mas resolvi voltar prá minha terra, por amor a ela e por acreditar nela. Acreditar que aqui posso fazer o meu trabalho, ter o reconhecimento da sociedade e das pessoas. Isso é que faz um artista ser feliz”, confessa Inácio Siqueira.
Descendente legítimo dos Siqueira do Moxotó, Inácio pertence a numerosa família de poetas populares e clássicos, entre os quais os Mestres da poesia Ulysses Lins, e Alcides Lopes de Siqueira, os poetas Mozart Lopes de Siqueira, Bartolomeu Brasiliano, Carlos Celso, Paulo Mariano, Gripa de Sertânia, Rildo Mariano, Walmar Belarmino, Josessandro Andrade e Leonardo Mariano, Inácio Siqueira tem vasto material que pode ser encontrado na internet em forma de vídeos, no site Yotube. Os Seus CD’s e este seu MP3 pode ser adquirido pelos telefones (87)99802381 ou 91985103, com a pessoa do próprio Inácio Siqueira.
Saudade de minha terra
Inácio Siqueira- (O Pastor do Gado)
Vou voltar prá minha terra
Prá ver o meu pé- de- serra
Ver a ovelha que berra
Amarrada no chiqueiro
Beber água de barreiro
Comer buchada de bode
Dançar forró e pagode
Nas festas dos fazendeiros
Vou ouvir meus cantadores
Cantar poemas de amores
Amenizar minhas dores
Nas belezas do sertão
Montar cavalo alazão
Participar dos festejos
Dos meus irmãos sertanejos
Lá de nossa região
Não posso ficar ausente
Para não ficar doente
que o meu coração sente
Saudades dos carrascais
Das estradas carroçais
Da luta cotidiana
E dos finais de semana
Dos forrós e festivais
Vou ver as festas juninas
E as luzes das lamparinas
E bem nos pés de faxina
Muitas galinhas ciscando
As penas se balançando
E pelos oitões das casa
s Fazendo barrocas rasas
E a poeira levantando
Não posso ficar distante
Do açude da vazante
Do pé de capim galante
Torceiras de canapu
Do pé de mandacaru
Do espinho e da roseira
Da rosa branca que cheira
Com perfumes de talu
Vou pra meu pé de parede
Dormitar na minha rede
Onde a gente mata sede
Com águas de cacimbão
Visitar meu chapadão
Passar por onde passei
Andar por onde andei
Descalço com o s pés no chão.
Vou rever os meus vaqueiros
Cantadores violeiros
E os boêmios seresteiros
Nascidos do meu lugar
Ouvir vaqueiro aboiar
Com a voz melodiosa
Que é a coisa mais gostosa
Que chega a emocionar
Meus queridos fazendeiros
Estimados boiadeiros
Poetas e violeiros
Com quem eu fiz amizade
Por sinal de lealdade
A distância se encerra
Vou voltar pra minha terra
Prá não morrer de saudade.
Luiz Freire : O Mestre da Toada Boca de Grota
A Toada boca de Grota é a toada legítima, de Raiz. Em Sertânia temos a mesma como a mais forte manifestação poética popular. Escolhemos um poeta de destaque desta categoria para registrar O nosso reconhecimento, incentivo e homenagem, mas estendendo a todos os toadeiros e aboiadores do verso de gado. Luiz Freire é Um dos Mestres da Toada Boca de Grota.
Toadeiro, aboiador, gravou em parceira com o poeta Djacy Gomes o CD “Toada Boca de Grota,” com participação especial de Zé Miúdo, Arcôncio Lins Filho e Arcôncio Neto. Um dos Nossos Mestres da poesia popular, Luiz Freire Além de ser autor renomado das letras de suas toadas , também é compositor de solfras para Letras de toadas de outros poetas parceiros como doutor Bartolomeu Brasiliano , destacando-se para o clássico “Soares dos Cordeiros” e “Neve Branca” e o poeta Josessandro Andrade, com “Minha Alma é de Vaqueiro”, em homenagem a doutor Bartolomeu.
Luiz Freire pertence a uma família de poetas, os Freire- Santana, do qual fazem parte o Mestre Waldemar Cordeiro ( Dema do Moxotó- o Gênio do Lirismo), os filhos deste: Marcos Cordeiro, Marco Antônio , Marcos Ademar, Padre Airton Freire, Wilson Freire( Bida), Antônio Amaral, Walter Amaral, Luiz Pinheiro, Elisa Freire, Eliane Freire, Elbany Freire, Antony de Sousa Freire e o escritor Marcelino Freire e o Cantor, Compositor e poeta Luiz Wilson, que inclusive já gravou uma composição de autoria de Luiz Freire.
]Soares dos Cordeiros
Letra: Bartolomeu Brasiliano Solfra:Luiz Freire
Os Soares sentem dor
E sente desolação
Por caminhos e aceiros
Eu vim a estes terreiros
Os Soares dos Cordeiros
Pagar uma devoção.
Mas vi logo na chegada
A Casa toda fechada
Ausente a rapaziada
Não tinha animação.
Na sala um ferrão de carreiro
Folhinhas marcando janeiro
E no torno um tanoeiro
Se arrastava pelo chão
Com lágrimas nos olhos seus
Falava Chico a Romeu
Foi Verônica que morreu
Numa tarde de verão.
A baraúna da campina
Sua amiga desde menina
Também teve a mesma sina
Só restou recordação.
Luiz Wilson
LUIZ WILSON- Nasceu em Sertânia-PE, no sítio Recanto Verde. PoetA, cantor, compositor, cordelista, escritor e radialista. Vive em São Paulo, onde desenvolve carreira artística, tendo como parceiros de projetos Dominguinhos, Anastácia, Waldir Teles, Duval Brito e Fatel Barbosa, entre outros.Tem cerca de 10 discos gravados, um livro publicado, além de cordéis diversos em 25 anos de Trajetória. Já em ‘Sertânia – Cidade Sertaneja’, que conta com a participação do vaqueiro-aboiador sergipano Zé de Zilda, toda a reverência e explanação sobre a cidade natal do cantor Luiz Wilson. A Toada fala desde a economia local à cultura gastronômica do município situado no sertão de Pernambuco
SERTÃNIA: CIDADE SERTANEJA
(Luiz Wilson/Zé de Zilda) –Part. Zé de Zilda
ÊH... SERTÂNIA LINDA CIDADE
, TEU NOME É PURO SERTÃO !
É CIDADE SERTANEJA,
ONDE O POETA VERSEJA
O AGRICULTOR PELEJA,
PEDINDO A DEUS PROTEÇÃO
É BONITA TUA HISTÓRIA
E EU VOU RESGATAR COM GLÓRIA
DO ARQUIVO DA MEMÓRIA,
DERRAMAR MINHA EMOÇÃO!
ANTÃO ALVES, CABRA MACHO
, ILUMINOU COM SEU FACHO
VIU NA LAGOA DE BAIXO
SUA REALIZAÇÃO
EH SERTÂNIA LINDA CIDADE
“TU” REPRESENTA O SERTÃO !
BERÇO DA NOSSA CULTURA
DA POESIA MAIS PURA
LÁ TEM CAPRINOCULTURA
VAQUEJADA, EXPOSIÇÃO
O MOXOTÓ FAZ VERTENTE
, COM O BRILHO DO SOL ARDENTE
TEM VERSO PROSA E REPENTE,
QUE NOS TRAZ INSPIRAÇÃO.
FOI MORADIA E ROTEIRO,
DO POETA BRASILEIRO
ONDE PINTO DE MONTEIRO,
CRIOU REPENTE E CANÇÃO!
Fabiano Feitosa
Fabiano Feitosa de Farias, oriundo da cidade de Pesqueira, no Agreste do Estado de Pernambuco, radicou-se em Sertânia, no Sertão do Moxotó e logo, abraçado pela arte, cultura e seus fomentadores, aderiu à poesia moxotesca. Recebido calorosamente na Casa dos Poetas ingressou na SAPECAS da qual faz parte até os dias de hoje. Onde pôde produzir cordéis, toadas e poesias de gêneros variados. É Autor de várias Toadas , tendo algumas em parceira como Poeta Josesssandro Andrade.
Toada para Luiz Wilson Letra de Josessandro Andrade e Fabiano Feitosa Luiz Wilson – O Matuto Se fez o mais doce fruto No asfalto e no viaduto Brotou raiz do Sertão Aos desafios ele peita São Paulo todo respeita E o seu caminho se enfeita Da mais pura tradição Luiz Wilson é cantor Poeta e compositor Escritor e locutor Bom de rima e oração Primeiro na audiência Humildade e competência Sua voz na Rádio Imprensa Sucesso e sensação É boa a sua escola De cantador de viola A toada que consola Cordel daqui do torrão Fazendo o povo feliz Com seu forró de raiz Que até o nome Luiz Tem sua apresentação Luiz não é gente estranha Nossa gente lhe acompanha Vem sempre aqui em Sertânia Tomar da terra benção Vem rever seu universo Todo ano é um sucesso O seu recanto do verso Que é festa e celebração Termino essa toada Com a voz toda embargada Pessoa considerada Luiz é nosso irmão Não é por estar distante Que se tornou um pedante Leva o estandarte brilhante E nele o nome Sertão.
Categoria:
0 comentários